sexta-feira, 13 de maio de 2011

Revirando o Baú Especial: X-Men O Filme


Vamos ter nessas proximas semanas "Revirando o Baú" só com filmes dos X-Men, aproveitando a chegada de X-men: First Class nos cinemas no começo do mês que vem. Boa leitura!


No inicio dos anos 2000, o gênero de quadrinhos tentava se levantar e tomar novo fôlego graças a novidade que foi Blade:O Caçador de Vampiros, depois de um conturbado fim de década com Batman & Robin. mas visando trazer novidades ao publico, uma das equipes mais populares dos quadrinhos chegou as telas logo depois, tendo uma importância tremenda para o gênero que tentava se consolidar de vez e ganhar respeitabilidade. mas como contar de maneira verossimel um historia em um mundo cheio de pessoas super poderosas? O primeiro filme dos X-Men trouxe pela primeira vez a sensação de que aqueles personagens fantásticos vivem no mundo real, e esse é, entre outros fatores que falarei agora, seu grande mérito para a história das adaptações de HQs para as telas.

Antes de mais nada vamos a história: a raça humana está evoluindo, e os assim chamados Mutantes começam a ganhar destaque dentro dos assuntos politicos, onde uma lei para registro de controle desses mutantes está sendo fortemente defendida pelo senador Kelly (Bruce Davison). Mas uma luta entre mutantes acontece escondido, de um lado Chales Xavier (Patrick Stewart), conhecido como Professor X, que defende uma convivência pacífica entre humanos e mutantes, e Eric Lensherr (Ian McKellen), conhecido como Magneto, que acredita que os mutantes são superiores e que merecem ter seu lugar de direito na terra e deixando os homo sapiens a mercê de sua extinção.Enquanto Charles tem uma escola que secretamente cuida e treina munates para fazer o bem, Magneto tem sua Irmandade de Mutantes que o apoia na supremacia de sua nova raça.

A história começa a se desenrolar de fato quando a jovem Marie D'Ancanto(Anna Paquin), codinome Vampira, foge de casa quando quase mata um garoto na primeira vez que seus poderes surgem. Fugindo na estrada, ela encontra Wolverine (Hugh Hackman), um mutante com garras de adamantium e super-regeneração com um passado misterioso, que são alvo de interesse de Magneto. Sobre proteção da equipe de Xavier, Ciclope (James Marsden), Tempestade (Halle Berry) e Jean Grey (Famke Janssen), agora os X-men tem que impedir um atentado as Nações Unidas que podem mudar o curso da lei de Registro de Mutantes.

Voltando ao tema da realidade dentro do filme, seu grande mérito foi levar o assunto principal e sua ambientação a serio e não deixar o fato de terem personagens com raios lasers interferirem no tema mestre.X-Men acima de tudo é uma historia sobre intolêrancia e preconceito, e as ações dos personagens centrais nesta guerra (Magneto e Xavier) são derivadas disso.Magneto viveu o horror do nazismo na pele e está marcado por ela até hoje, e suas ações na tentativa de não deixar ninguem sofrer pelo o que é só o deformou no ponto de virar aquilo que odeia. Xavier tenta demonstrar através da cultura e do aprendizado os caminhos para uma civilizações melhor, mas não significa que ele seja passivo durante uma briga, apesar de não gostar de ver sangue derramado.

Por outro lado, somos introduzidos para aquele mundo e seus pontos de vista por 3 personagens.Wolverine, Vampira e Senador Kelly. Vampira tenta encontrar lugar no mundo e controlar seu poder de maneira que ela consiga interagir socialmente. Wolverine não consegue se encaixar em nada, e aos poucos, quando meio que assume o ponto de vista do espectador, é sentido que para um bem maior ele precisa fazer parte da equipe, mas não necessariamente pela equipe, mas sim pela garota que ele criou alguma afeição. Kelly mostra o lado preconceituoso do ser humano e também quando o preconceito é com ele, e como nos comportamos perante ambas as situações.
Alias, aplausos para Hugh Jackman por ter sido um desses casos raros onde o ator vai ser para sempre relacionado ao personagem, no sentido bom da coisa, por uma interpretação assustadoramente fiel ao personagem, apesar que a falta de violência nas cenas de ação dele incomodou alguns, mas não tira o merito do cara.Patrick Steward e Ian Mckellen também merecem congratulações por terem feito as versões definitivas (até agora) dos personagens nas telas.

Apesar de muitos reclamarem, achei que James Marsden fez uma interpretação condizente com o personagem, Halle Berry teve pouco espaço pra explorar de fato Tempestade (coisa que um Oscar na prateleira iria mudar) e Famke Janssen foi super competente fazendo Jean Grey.Muitos podem ver o embate entre os X-Men e a Irmandade como "os bonitos versus os feios", mas esse foi um artificio foda, pois temos os X-Men que "se disfarçam" de humanos e não podem se relevar ao mundo, enquanto a irmandade não tem vergonha de sair e se exibir como um mutante.

O tempo de filme pode ter simplificado um pouco as coisas, mas foi um caso onde "menos é mais" funciona na hora da edição. Graças a excelente direção de Bryan Singer (que eu aionda considero um diretor foda), esse filme dos X-Men tornou pela primeira vez os heróis de fato em carne e osso, indo na mão contraria de exagerar a caricaturizar os personagens em suas adaptações que fez o gênero de adaptações de HQs entrar em uma rapída decaida. A partir daí, a evolução chegou.É tempo de aproveitar.

NOTA:8.0